A crescente pressão sobre os recursos hídricos, além do aumento e da diversificação das fontes de poluição, torna o acompanhamento das alterações da qualidade das águas cada vez mais necessário, de maneira a subsidiar ações de proteção e recuperação ambiental, visando à garantia dos usos atuais e futuros.
São consideradas águas interiores aquelas compreendidas entre a costa e a linha de base reta, a partir de onde se mede o mar territorial; as águas dos portos e as águas das baías, rios, lagos, lagoas e canais. O Inea conta com 320 estações de monitoramento da qualidade da água, do sedimento e da biota, distribuídas em rios, baías, lagoas e reservatórios do Estado. Cerca de 60% destas estações estão localizadas em rios e em maior densidade na região metropolitana do estado.
Em 2011, o monitoramento da qualidade da Lagoa de Araruama foi intensificado. Além disso, a partir de 2012 foi ampliado o monitoramento nas bacias da Baía de Guanabara e da Baía de Sepetiba, através da criação de novas estações de amostragem distribuídas pela região. Iniciou-se, em 2013, o monitoramento sistemático da Baía da Ilha Grande e de sua respectiva bacia de drenagem. No caso da região Norte Fluminense e região Metropolitana no ERJ, em 2014, o monitoramento foi expandido através do estabelecimento de uma rede de amostragem mais densa e representativa.
O monitoramento da qualidade das águas é um dos fatores determinantes no processo de gestão ambiental, uma vez que proporciona uma percepção sistemática e integrada da realidade ambiental. Permite, ainda, avaliar a situação dos ambientes aquáticos, principalmente no caso de intervenções, quando é de relevante importância avaliar a resposta do corpo d’água, legitimando, assim, os investimentos e as ações implantadas pelas instâncias decisórias. O monitoramento sobrevém, ainda, como fator preponderante por afinidade com as medidas implantadas no controle industrial.
O Inea, por meio da Gerência de Avaliação de Qualidade das Águas (GEAG) tem como uma de suas atribuições o monitoramento de qualidade da água e dos sedimentos dos principais corpos d’água do Estado do Rio de Janeiro. O monitoramento consiste em: planejamento; coleta de amostras de água, sedimento e/ou biota; envio para análises nos laboratórios do Inea; análise estatística dos resultados dos laboratórios; e elaboração de diagnósticos específicos para cada corpo d’água. A escolha dos pontos de amostragem e dos parâmetros a serem analisados é feita em razão do corpo d’água, do uso benéfico de suas águas, da localização de atividades que possam influenciar na sua qualidade, e da natureza das cargas poluidoras, tais como despejos industriais, esgotos domésticos e águas de drenagem agrícola ou urbana.
A gestão dos ambientes aquáticos tem se tornado cada vez mais um tema preponderante, devido à crescente aceleração da degradação dos corpos d’água. Entretanto, a informação obtida a partir do monitoramento, avaliação e interpretação dos dados de qualidade de água, necessária ao acompanhamento das condições dos corpos d’água é, em geral, compreendida quase que exclusivamente por especialistas. Isso dificulta a sua utilização pelos tomadores de decisões responsáveis pela definição das políticas públicas de utilização dos recursos hídricos.
Entre as propostas que visam à tradução da informação produzida pelos especialistas e em uma linguagem acessível ao público não técnico, está a criação de índices ou indicadores de qualidade de água. Esses índices deverão integrar, numa única expressão numérica ou linguística, a informação descrita originalmente por um conjunto extenso de variáveis.
A Gerência de Qualidade de Água do Inea, responsável pelo monitoramento nos diferentes corpos d’água do Estado do Rio de Janeiro (ERJ), apresenta, nesse diagnóstico, algumas metodologias propostas para o cálculo de índices.
A utilização de ferramentas estatísticas para organização e síntese dos dados produzidos pelo monitoramento de qualidade de água é essencial para a transformação dos dados brutos em informação a ser utilizada pelos gestores.
De modo geral, os objetivos do tratamento estatístico dos dados são: detectar tendências de curto e longo prazo; avaliar a qualidade de água, sedimento e biota dos ambientes aquáticos monitorados no ERJ; resumir graficamente os dados; detectar outliers; utilizar técnicas para formulação de outros indicadores de qualidade de água; reavaliar e aperfeiçoar o plano de monitoramento, por meio de correlação entre as variáveis e pela utilização de recursos de geoprocessamento para organização, síntese e apresentação gráfica dos dados produzidos.
A Gerência de Avaliação de Qualidade de Água (GEAG) utiliza cinco índices em sua rotina de trabalho. Quatro deles foram desenvolvidos pelos técnicos da GEAG, e o quinto é o tradicional Índice de Qualidade de Água, elaborado pela NSF* e indicado pela sigla IQANSF.
Segue, abaixo, resumo das representações gráficas utilizadas para demonstração dos índices e as metodologias para seus cálculos.
Índice Preditivo de Mortandade de Peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas
Boletim Consolidado de Qualidade das Águas por Região Hidrográfica – 2017
Boletim Consolidado de Qualidade das Águas por Região Hidrográfica – 2016
Boletim Consolidado de Qualidade das Águas por Região Hidrográfica – 2015
Boletim Consolidado de Qualidade das Águas por Região Hidrográfica – 2014
Boletim Consolidado de Qualidade das Águas por Região Hidrográfica – 2013